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Carlos Ghosn foge do Japão para o Líbano com ‘plano’ impressionante

Ludibriando um forte dispositivo de vigilância, Carlos Ghosn, ex-presidente da Aliança Renault-Nissan, fugiu do Japão, onde aguardava julgamento por alegados crimes financeiros, refugiando-se agora no Líbano.

Tendo nacionalidade libanesa, Carlos Ghosn irá tirar partido das leis judiciais daquele país que o protegem da extradição. Numa declaração enviada por e-mail para o site Automotive News Europe, o antigo executivo da Aliança Renault-Nissan explicou, no entanto, que não ia fugir à justiça, mas sim “escapar à injustiça e perseguição política”.

A ideia de que a sua prisão e consequente afastamento da liderança da aliança tem origem política é defendida desde o início por Carlos Ghosn, que foi acusado de conduta criminosa e de pagamentos ilegais, tendo recebido rendimentos na ordem dos 140 milhões de dólares a mais do que o declarado às autoridades, segundo a acusação.

Enquanto aguardava julgamento depois de ter sido libertado sob fiança, embora sujeito a grande vigilância e com os seus três passaportes apreendidos, Ghosn conseguiu ‘montar’ um plano de fuga do país, com o canal libanês MTV a relatar mais detalhes desse processo, que começou com a participação de uma banda de música num jantar em sua casa.

Tendo recebido permissão para atuar na casa do ex-gestor da Aliança Renault-Nissan, a banda terá sido essencial na concretização do plano, uma vez que foi dentro de uma das caixas de instrumentos que Ghosn deixou a sua residência em Tóquio, da qual não podia sair sem acompanhamento das autoridades. Foi escondido na caixa de instrumentos que chegou a um aeroporto secundário para um voo privado que partiu de Kansai rumo a Istambul, na Turquia, de onde partiu depois, noutro jato privado, para o Líbano.

As autoridades libanesas confirmaram que Ghosn entrou no país com um cartão de identidade libanês, com o seu nome, e um passaporte francês, com fontes ouvidas pela televisão pública japonesa NHK a afirmaram que o empresário tinha dois passaportes franceses, um dos quais terá sido usado para aceder legalmente ao país.

Recorde-se que, entre as condições estabelecidas para a libertação sob fiança, uma das primeiras era a entrega de todos os passaportes aos advogados, com o chefe da equipa de defesa, Junichiro Hinoraka, a confirmar na terça-feira que tinha os três documentos consigo.

Apanhadas de surpresa, as autoridades japonesas encontram-se a investigar a fuga de Ghosn, tendo já efetuado uma rusga à casa do ex-executivo da Aliança Renault-Nissan.

Turquia detém suspeitos de ajudarem à fuga

A passagem pela Turquia também está a ser investigada pelas autoridades locais, que já detiveram várias pessoas suspeitas de colaborarem no processo de fuga de Carlos Ghosn.

Segundo a agência de notícias DHA, a polícia deteve e colocou sob custódia sete pessoas, incluindo quatro pilotos, todos suspeitos de ajudar Ghosn a viajar para o Líbano a partir de um aeroporto em Istambul, onde o antigo responsável máximo da Renault-Nissan fez uma escala após fugir do Japão.

As ‘ondas de choque’ desta fuga à filme também chegaram a França, com a secretária de Estado da Economia francesa, Agnès Pannier-Runacher, a referir ao canal BFMTV que não será extraditado para o Japão caso Ghosn queira entrar em França, de acordo com citações fornecidas pela Agência Lusa. Pannier-Runacher afirmou que “se o senhor Ghosn vier para França, não o extraditaremos, isso porque a França nunca extradita os seus nacionais. Portanto, aplicamos ao senhor Ghosn e a todos as mesmas regras do jogo”.

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