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Covid-19: Empresas de moldes já sentem a paragem da indústria automóvel

A pandemia da Covid-19 obrigou a mudanças na organização das empresas de moldes nacionais, que já sentem a paragem da indústria automóvel, afirma o secretário-geral da Cefamol – Associação Nacional da Indústria dos Moldes.
“Grande parte dos clientes parou. Há uma ligação muito próxima do sector, como um todo, com a indústria automóvel, e temos visto nas notícias das últimas semanas que a indústria automóvel está paralisada”, diz Manuel Oliveira à agência Lusa.
As 174 empresas representadas pela associação, num universo de 536 no país que dão trabalho a 11 mil pessoas, continuam em actividade, sobretudo porque “têm projectos em curso e estão a respeitar os prazos acordados”.
Mas, nota o responsável da Cefamol, a tendência não é optimista, porque “não se perspectivam no curto prazo novas encomendas, como seria normal acontecer”. A pandemia, contudo, apenas acelerou uma tendência. “Sobretudo no último ano e meio já vínhamos a sentir que a indústria automóvel está, progressivamente, a diminuir o lançamento de novos projectos”.
A indefinição a nível das motorizações, com hesitações entre as fontes de energia fóssil ou as alternativas, como a eléctrica ou o hidrogénio, está no centro do problema.
“Já estávamos a sentir isso e agora a actual situação agrava sobremaneira por via do encerramento, ainda que temporário, das empresas que são nossas clientes. É difícil ter uma perspectiva do futuro, tendo em conta esta visão do mercado”, sublinha Manuel Oliveira.
A Cefamol regista a entrada de algumas unidades em ‘lay-off’, “ainda que parcial”, e todas tiveram de se adaptar internamente a novas normas de segurança interna, “para não colocar em risco os trabalhadores”. “Cria novos desafios, até em termos organizacionais”, frisa o secretário-geral da associação, porque “nem todas as pessoas podem trabalhar ao mesmo tempo”, o que se reflecte em quebra no fluxo de produção. No actual contexto, pensar o futuro não é simples.
“Temos de esperar a resolução da questão sanitária, aguardar para ver como a situação vai evoluir e perceber se os projectos que foram cancelados ou suspensos podem ser reactivados num curto espaço de tempo, para que seja possível voltar à produção normal”.
A crise provocada pela pandemia pode, também nos moldes, resultar numa nova filosofia de escolha de mercados, valorizando a produção na Europa em detrimento da Ásia.

Fonte: Diário de Leiria

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