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Embraer acusa Boeing de rescindir indevidamente contratos de parceria

Boeing anunciou que rescindiu o acordo com a Embraer porque a fabricante brasileira "não cumpriu as condições necessárias" .

A Embraer afirmou este sábado que a Boeing rescindiu indevidamente dois acordos firmados sobre a venda da área de fabricação de aviões comerciais e o desenvolvimento de novos mercados para o avião militar C-390.

“A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar os seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de 4,2 mil milhões de dólares [3,9 mil milhões de euros]”, lê-se num comunicado distribuído pela empresa brasileira.

A Embraer também acusou a Boeing de adotar um padrão sistemático de violações dos dois acordos que consistiam na criação de uma ‘joint-venture’ focada na área de fabrico de jatos comerciais, que teria uma participação de 80% da Boeing e de 20% da Embraer.

O segundo acordo diz respeito à comercialização e manutenção conjunta da aeronave militar C-390 Millenium.

“A empresa [Embraer] acredita que a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao acordo, devido à falta de vontade em concluir a transação, sua condição financeira, ao [avião] 737 MAX [que passou por uma reformulação após dois acidentes fatais na Indonésia e na Etiópia] e outros problemas comerciais e de reputação”, lê-se no comunicado.

A fabricante brasileira alegou que estava em total conformidade com todas as suas obrigações previstas no acordo e que cumpriu todas as condições necessárias para que o mesmo seguisse adiante até 24 de abril de 2020.

Hoje, porém, a Boeing anunciou, também por meio de um comunicado, que rescindiu o acordo com a Embraer porque a fabricante brasileira “não cumpriu as condições necessárias” dentro de prazo que terminou na sexta-feira, apesar de parceria ter recebido a “aprovação incondicional” de todos os órgãos reguladores envolvidos, à exceção da Comissão Europeia.

A Embraer, por sua parte, além de negar a informação dada pela fabricante norte-americana de que não teria cumprido sua parte do contrato disse que “buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do Acordo Global de Cooperação”.

“A Embraer se mantém uma empresa bem-sucedida, eficiente, diversificada e verticalmente integrada, com histórico de sucesso no atendimento a clientes com produtos e serviços, construídos em uma base sólida de recursos industriais e de engenharia. A empresa é uma exportadora e desenvolvedora de tecnologia, com atuação global em aviação de defesa, executiva e comercial”, concluiu.

A Embraer é fabricante e líder mundial de aeronaves comerciais com até 150 assentos e tem mais de 100 clientes em todo o mundo.

A empresa brasileira mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras atividades, nas Américas, África, Ásia e Europa.

Em Portugal, no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, funcionam duas fábricas da Embraer, sendo que a empresa também é acionista da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, com 65% do capital, em Alverca.

Fonte: Dinheiro Vivo

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