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Mudar ou ser vencido: como ganhar a actual “guerra de talento”?

A actualidade do mundo corporativo está em constante mudança, não só devido a um período pandémico que deu origem a diferentes formas de trabalhar, como também pelo facto de estar perante novas gerações com perspectivas, necessidades e ambições muito distintas. Enquanto os Baby Boomers (população nascida entre 1946 e 1964) e a Geração X (os nascidos entre 1965 e 1981) valorizavam acima de tudo a ascensão dentro de uma empresa, a individualidade e a estabilidade, a Geração Y (ou Millennial) e, sobretudo, a Geração Z (nascida no fim da década de 1990 e 2010) vieram transformar radicalmente o mercado laboral.

Os Millennials não dispensam a comunicação ao vivo e não têm medo de assumir riscos e trocar de emprego até alcançar o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal que pretendem. Por sua vez, a Geração Z é a mais instruída de sempre, mas também a mais insatisfeita, segundo um estudo realizado pela seguradora MetLife. Neste contexto, dado que estamos a lidar com novas mentalidades, como vencer a actual “guerra de talento” que domina no mundo do trabalho? Como conquistar e satisfazer as necessidades das novas gerações?

Não é novidade que o modelo tradicional de trabalho e a oferta dos benefícios habituais já não são ajustados para atrair estas gerações. Nascidos na viragem do milénio, os jovens que estão agora a chegar ao mercado de trabalho sempre estiveram em contacto com as tecnologias – são nativos digitais, com fácil e rápido acesso à informação. São os mais críticos, curiosos, mas também os mais impacientes, insatisfeitos, ansiosos e com menor nível de compromisso. Este factor é um grande desafio para as empresas, que precisam de ser altamente diferenciadoras e de ter uma oferta muito aliciante para serem capazes de os atrair, e acima de tudo de os reter.

Para isso, em primeiro lugar é essencial perceber o que é que esta geração procura, prioriza e valoriza, desde a forma como são abordados, ao que lhes é oferecido numa oferta de emprego. Segundo a Metlife, as novas gerações exigem desde logo um ambiente de trabalho e uma cultura que se alinhem com os seus valores pessoais. Mais do que uma empresa focada no lucro e numa remuneração elevada, esta geração procura empresas que desenvolvam um ambiente transparente e dinâmico entre as equipas e que ajam sobre problemas actuais, seja a nível societário ou ambiental. Por outro lado, valorizam muito a flexibilidade laboral, que lhes permita ter uma vida para além do trabalho e tempo para aproveitar com os amigos, família e consigo próprios. Mais do que viver para trabalhar, o seu mote é trabalhar para viver. São também pessoas com um perfil dinâmico, habituadas a um rápido desenvolvimento tecnológico e sedentas por crescer e aprender.

Posto isto, ofertas de emprego com pouca transparência e que não se destacam por algum motivo já não funcionam. Mais do que uma boa remuneração, um seguro de saúde ou subsídios, igualmente importantes e que se mantêm atractivos, é necessário apostar noutras vertentes que correspondam às necessidades anteriormente mencionadas. Apostar em benefícios que promovam a flexibilidade e permitam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, assim como possibilidades de desenvolvimento de competências pessoais e técnicas são essenciais. Oferecer formação adaptada às necessidades do colaborador e oportunidades de crescimento profissional e pessoal, através de novos formatos mais dinâmicos e menos tradicionais, torna-se critério fundamental. Promover programas de bem-estar, uma cultura que valoriza a diversidade, equidade e inclusão na equipa e acções com um propósito positivo e com impacto na sociedade e contexto onde estão, são também elementos altamente valorizados e diferenciadores na perspectiva desta geração.

Para vencer a guerra de talento que vivemos actualmente, as empresas não podem ficar indiferentes e reféns de um passado que funcionou, mas já não está ajustado às necessidades e exigências actuais. Têm de ouvir o mercado e adaptar a oferta às suas necessidades. Têm de compreender que as pessoas são o activo mais importante da organização – as empresas são pessoas. Têm de ser criativas na forma como abordam a força de trabalho actual. Pois no final, o desafio resume-se a mudar e diferenciar-se ou ser vencido pela concorrência.

Fonte: Human Resources

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