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Portugal sobe ao 8.º lugar do ‘ranking’ dos que mais captam investimento na Europa

Portugal escalou duas posições no índice dos países europeus que atraem mais investimento direto estrangeiro elaborado anualmente pela consultora EY. A área das tecnologias tem sido um importante íman.

Depois de, em 2020, ter alcançado o feito de, pela primeira vez, entrar no ‘top 10’ das economias europeias que mais captam projetos de investimento direto estrangeiro, Portugal escalou duas posições no ano passado, ascendendo ao 8.º lugar do ‘ranking’ elaborado pela consultora EY.

Em 2021, “ano em que a economia portuguesa cresceu ao melhor ritmo das últimas décadas, na sequência da forte contração provocada pela pandemia”, Portugal captou 200 projetos de investimento estrangeiro, o que traduz um aumento de 30% face a 2020, de acordo com os dados do EY European Attractiveness Survey 2022, que avalia anualmente a perceção dos investidores estrangeiros relativamente à atratividade da Europa e dos seus concorrentes.

À luz do estudo, divulgado esta quinta-feira, França conquistou o título de país mais atrativo para o investimento direto estrangeiro, com um total de 1.222 projetos anunciados, ou seja, mais 24% do que em 2020, num pódio que se completa com o Reino Unido e a Alemanha.

Na lista segue-se Espanha, Turquia, Bélgica e Itália, com Portugal a surgir então na 8.ª posição, com uma fatia de 3% do investimento direto estrangeiro captado, à frente da Polónia e da Irlanda, que fecharam o ‘top 10’.

“Apesar dos efeitos nefastos da pandemia da covid-19, a economia portuguesa demonstrou uma grande resiliência e conseguiu recuperar dinamismo na segunda metade do ano passado. Os investidores estrangeiros não deixaram de olhar para as oportunidades no nosso mercado, e o resultado está à vista. Somos percecionados hoje como o 8.º país europeu mais atrativo pelo capital estrangeiro, à frente de
economias muito maiores e tradicionalmente mais fortes”, comenta Miguel Farinha, ‘partner’ da EY Portugal, citado num comunicado que acompanha o estudo.

E as perspetivas para 2022 “são animadoras”, complementa o também ‘partner’ da EY Portugal e líder da EY-Parthenon, Miguel Cardoso Pinto, não obstante os sobressaltos inerentes à guerra no leste da Europa veio causar: “Este ano, apesar de o conflito na Ucrânia estar a gerar instabilidade e um forte aumento da inflação, os indicadores económicos têm sido positivos e as estimativas são favoráveis. A Comissão Europeia antecipa um crescimento de 5,8% para a economia portuguesa, o maior da Europa, e isso terá certamente reflexos na atratividade do País para os investidores”.

Uma das maiores incubadoras de unicórnios

A área das tecnologias tem sido um dos principais ímanes de atração de investimento direto estrangeiro. Segundo refere a presidente da Agência Nacional de Inovação, Joana Mendonça, “Portugal tornou-se mais atrativo para investimentos de cariz tecnológico e o país acolhe agora operações de I&D de várias empresas do setor ‘high-tech’ e de um número de unicórnios”, tendo, aliás, “um dos maiores números de unicórnios ‘per capita'”.

“Muitos fatores contribuíram para este facto, incluindo a maturidade e a qualidade da investigação em vários campos científicos, a qualidade do ensino superior em áreas tecnológicas e digitais, e um número crescente de pessoal altamente qualificado, incluindo de doutorados”, diz a mesma responsável, apontando que “as empresas também beneficiam dos incentivos fiscais para o desenvolvimento de atividades de I&D, que aumentaram 91% desde 2015”.

Já olhando para a Europa como um todo, o estudo, baseado num inquérito a 501 decisores internacionais, indica que se manteve “como o destino mais atrativo do mundo para o investimento transfronteiriço, beneficiando da sua dimensão, estabilidade e diversidade”. Em 2021, foram anunciados 5.877 projetos de imvestimento direto estrangeiro no velho continente, ou seja, mais 5% do que o registado no ano anterior.

Segundo a EY, essa melhoria foi apontada como se devendo, “em grande medida, aos esforços encetados pela Comissão Europeia para promover o crescimento na região, já que, para 63% dos inquiridos, o Fundo Europeu de Recuperação e Resiliência foi um fator decisivo na decisão de manter ou alargar as operações na Europa”.

Apesar do aumento do investimento, os números estão ainda 12% abaixo do máximo atingido em 2017.

Já para este ano o estudo reconhece que o novo ambiente geopolítico e económico, criado principalmente pela guerra na Ucrânia, implica que a atratividade imediata da Europa para os investidores pode ser desafiada”. Ainda assim, ressalva a consultora EY, “as perspetivas a longo prazo permanecem robustas, com 64% dos entrevistados confiantes que a atratividade da Europa melhorará nos próximos três anos”.

Fonte: Jornal de Negocios

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