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PSA revela lucros recorde mas CEO alerta para “período darwiniano” na indústria automóvel

O CEO da PSA acredita que "nem todos os fabricantes automóveis vão resistir" aos tempos que aí vêm, que descreve como um "período darwiniano".

O grupo PSA surpreendeu os analistas pela positiva na apresentação de resultados, mas a mensagem não foi de que se antevissem facilidades para a indústria automóvel, pelo contrário. O desempenho do grupo apenas o deixa numa posição mais vantajosa para a “era darwiniana” que se aproxima, diz o CEO, o português Carlos Tavares.

Os lucros do grupo PSA aumentaram 13,2% para os 3,2 mil milhões de euros, atingindo um novo recorde. O grupo registou receitas de 74,7 mil milhões de euros, 1% acima das conseguidas no ano anterior e ligeiramente acima das estimativas dos analistas da Refinitiv.

Ao mesmo tempo, a margem operacional atingiu um recorde de 8,5% e o resultado operacional, que ascendeu aos 6,3 mil milhões de euros, foi suportado pelo crescimento da divisão automóvel. A empresa atribui este nível de rentabilidade a um “mix de produtos positivo e à contínua redução de custos, apesar dos impactos das taxas de câmbio e do aumento dos custos de matérias-primas”, lê-se no comunicado enviado às redações.

O CEO acrescentou ainda que o processo de fusão com a Fiat deverá estar concluído nos próximos 12 a 15 meses e diz não ter “qualquer razão para acreditar que existam problemas regulatórios” a servir de obstáculo.

No que toca às metas ambientais, Carlos Tavares afirmou-se “absolutamente certo” de que o grupo conseguiria atingir as metas de emissão de CO2 a que se propôs para o ano de 2020. “Estamos prontos para a transição energética e todas as equipas estão focadas em oferecer uma mobilidade limpa, segura e acessível para os clientes”, diz o CEO, no comunicado.

As nuvens no horizonte

“Estou muito feliz com 2019” e “estamos prontos para os próximos desafios para a nossa empresa”, comentou o CEO, admitindo que o coronavírus representa “um grande risco para toda a indústria”. O responsável pelas finanças do grupo, de acordo com a Bloomberg, avançou que a PSA espera que a procura por carros na China continue a tendência descendente que já se está a verificar.

No comunicado, a empresa avança ainda que, em 2020, o grupo antecipa uma quebra na ordem dos 3% do mercado automóvel na Europa e na ordem dos 2% na Rússia, bem como uma estabilização do mercado automóvel na América Latina.

Carlos Tavares aproveitou a apresentação de resultados para fazer uma referência à teoria da seleção natural de Charles Darwin, que defende que apenas os mais fortes e adaptáveis às mudanças sobrevivem, para explicar o período difícil que antevê para a indústria automóvel. O CEO da PSA acredita que “nem todos os fabricantes automóveis vão resistir” aos tempos que aí vêm, que descreve como um “período darwiniano”.

Num dia negro para as bolsas europeias, a PSA aguenta-se tímida no verde, ao somar 0,08% para os 17,70 euros, depois de já ter chegado a subir 2,40%. A cotada afasta-se assim do mínimo de dia 10 de dezembro de 2018 ao qual desceu na última sessão, a quarta consecutiva no vermelho.

Esta quarta-feira, a empresa anunciou ainda que vai propor uma subida no dividendo para 1,23 euros por ação, 58% acima dos níveis de 2018. O dia 21 de maio de 2020 vai ser considerado na reunião de acionistas como data de afetação do dividendo, efetuando-se o pagamento a 25 de maio 2020.

Fonte: Jornal de Negócios

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