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Baterias de iões de lítio. Distinção na despedida

As baterias de iões de lítio, a que os melhores veículos eléctricos recorrem, foram finalmente distinguidas com o Nobel da Química. E logo numa altura em que estão quase a ser substituídas.

Baterias de iões de lítio existem há muito e a prova é que, dos computadores portáteis aos telemóveis, não é fácil encontrar um dispositivo que monte uma bateria que não seja de iões de lítio. É certo que o facto de serem classificadas como de “iões de lítio” não implica que todas as baterias sejam iguais. Aliás, na própria indústria automóvel há químicas muito distintas nas diferentes baterias, o que explica que também a sua densidade energética (e o preço) suba ou desça, consoante a solução empregue.

Agora que os especialistas estimam faltarem entre dois a três anos para as baterias darem um salto tecnológico importante, seja ele rumo às baterias sólidas, aos acumuladores de Li-CO2 ou outra, eis que a Real Academia Sueca das Ciências decidiu atribuir o Nobel da Química aos acumuladores de iões de lítio. Mesmo a tempo de serem distinguidas enquanto ainda são consideradas o expoente máximo no armazenamento de energia.

John B. Goodenough da Universidade do Texas, em Austin, M. Stanley Whittingham da Universidade de Binghamton e Akira Yoshino da Universidade de Meijo foram distinguidos pelo seu papel no desenvolvimento das baterias de iões de lítio. De acordo com os representantes da academia sueca, a distinção ficou a dever-se ao trabalho dos três rumo “à criação de um mundo recarregável”.

Whittingham, que iniciou o seu trabalho em busca da melhor bateria possível em 1970, viu ser-lhe atribuído o ter construído a primeira bateria funcional de iões de lítio, com electrólito de iões de lítio, o cátodo em dissulfeto de titânio e o ânodo em lítio metálico, que depois passou a estar combinado com alumínio para evitar riscos de começar a arder (termal runaway) durante a carga.

Goodenough mereceu a nomeação, segundo os suecos, por ter substituído o dissulfeto de titânio no cátodo por óxido de cobalto, conseguindo duplicar a voltagem, enquanto Yoshino pegou no trabalho desenvolvido pelos seus colegas, especialmente Goodenough, para produzir a primeira bateria de iões de lítio comercialmente viável. Para tal, o seu ânodo passou a ser em carbono, capaz de alojar capaz de alojar electrões, tornando o acumulador substancialmente mais seguro.

Fonte: Observador

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