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Um automóvel vegan? Quase…

A indústria automóvel está a trilhar o caminho do veganismo. Tudo para, pelo caminho, não perder clientes entre um nicho cada vez mais relevante.

Aplicar a palavra vegan a um automóvel não será totalmente preciso. No entanto, é o caminho do veganismo que várias marcas já estão a trilhar, sobretudo nos revestimentos dos interiores. Primeiro, para responder a um cada vez mais forte apelo dos grupos activistas de defesa dos animais, caso da norte-americana PETA; depois, porque o número de pessoas a optar por um modo de vida vegan tem vindo a aumentar e, desta forma, os emblemas estarão a lutar por um nicho de clientes que prima por ser coerente nas suas escolhas ao mesmo tempo que se revela extremamente atento às informações relativas ao tema.

Ainda assim, vale a pena sublinhar, para não criar equívocos: não existem carros vegan. Isto explica-se pelo facto de vários componentes serem fabricados com matérias-primas ou através de processos entre as quais estão ou são necessárias gorduras animais. Por isso, no processo de construção de um automóvel há necessidade de recorrer a matérias de origem animal, o que, obrigatoriamente, exclui os veículos das listas vegan.

Isso não significa que, durante o mesmo processo de construção, não haja preocupação com o bem-estar dos animais. Ou seja, pode não se conseguir ser transportado num carro vegan, mas pode-se fazer o caminho num automóvel criado sob uma ética que se adequa a um estilo de vida que cuida de todos os seres vivos. Além do mais, várias companhias começaram a propor versões dos seus automóveis com acabamentos e revestimentos que excluem quaisquer produtos de origem animal, ou seja, banindo a pele natural do interior, optando pela pele sintética, mas também por soluções mais amigas do ambiente que se propõem a contrabalançar as acções às quais não podem fugir.

É o exemplo da Mazda que, para o eléctrico MX-30, a ser lançado no fim do ano, mas cuja última versão já foi revelada em Sintra no final de 2019, decidiu recorrer a materiais reciclados para revestir vários aspectos do interior. Isso inclui placas em cortiça, reaproveitada de restos, nos compartimentos de arrumação do habitáculo (não há como o telemóvel escorregar) ou nos apoios interiores das portas — curiosidade: alguma da cortiça é de origem nacional. Mas também revestimentos para os bancos de fibras criadas a partir de garrafas de água recicladas. Uma filosofia de que a BMW foi precursora aquando do lançamento do i3, que era construído recorrendo a várias matérias recicladas.

Além disso, várias marcas apostam em versões que excluem peles de origem animal, como a Volkswagen, a Mercedes-Benz ou Tesla, enumera a PETA. No primeiro, é de salientar que a versão mais barata do Golf é precisamente aquela que chega sem revestimentos de origem animal (até o volante e o manípulo das mudanças), além de a marca alemã já ter avançado com interiores sem produtos animais tanto no novíssimo ID.3 como no renovado e-up!.

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