Opinião

O que é a inovação

Só há três tipos de transformação digital corporativa e todos eles têm nomes de avião: Enola Gay, Concorde e Embraer. A aviação ajuda a compreender a inovação.

As empresas que hoje não lidam com startups e não as incorporam no seu quotidiano dificilmente vão ter sucesso. Mas a inovação não entra nas empresas com facilidade. A cultura da inovação é tão diferente da cultura corporativa como um reator é dum carrinho de mão.

Porque resistir à mudança é uma das mais tenazes caraterísticas do ser humano, os processos de inovação também são o maior fator de perturbação nas relações de trabalho, o que acontece porque ninguém explicou de forma simples – aos engenheiros, advogados, economistas que ainda hoje governam as empresas portuguesas – que para entender a inovação é preciso entender a aviação.

A inovação mais fácil é Enola Gay – o avião que lançou a primeira bomba atómica em Hiroxima. O modelo é simples: destrói-se tudo e faz-se de novo. Funcionou no Japão, mas a mortandade foi geral. Na inovação tipo Enola Gay não é preciso falar com ninguém, mas o que se ganha em tempo perde-se em conhecimento.

O segundo tipo é Concorde – aquele avião supersónico que nos levava até Nova Iorque em menos de 3 horas – era simultaneamente o orgulho de uma nação e motivo constante de celebração e nunca até hoje houve um avião tão inovador. Só que em 24 de outubro de 2003, 36 anos depois do primeiro voo, foi cancelado. Não era lucrativo mantê-lo. A inovação Concorde é bela, funciona, mas como não tem mercado, torna-se insustentável.

A última é Embraer. Dirige-se a um problema específico – aviões de curto curso -, é mundialmente competitiva, tem boa imagem e resolve problemas sérios. E mais importante de tudo: é lucrativa.

Fonte: Jornal de Negócios

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