Notícias

Coindu quer produzir mais mas desespera por trabalhadores

Com crescente procura por parte das mais destacadas marcas de automóveis de todo o mundo, a Coindu precisa de aumentar a capacidade de produção mas esbarra na falta de trabalhadores. “Equacionamos abrir novas unidades, mas não conseguimos captar gente para trabalhar”, diz o António Cândido Pinto, presidente do CA.

O desabafo foi até acompanhado por um pedido de ajuda dirigido ao presidente da Câmara de Famalicão, que esta quinta-feira visitou (foto) a gigante têxtil de Joane, no âmbito do projecto Famalicão Created IN. “Neste momento não temos capacidade para a procura que nos é proposta”, confessou o líder da empresa que é referência mundial na produção de estofos para as principais marcas de automóveis.

Depois dos ganhos de eficiência com reconversão operada nos último três anos, com recurso à inteligência artificial, automatização e registo digital, que colocam a empresa no patamar da Indústria 5.0 – “o que nos permite fazer muito mais com menos esforço” – a empresa não tem mãos a medir, apesar de empregar já cerca de 2200 trabalhadores.

“Vivemos um momento que é muito favorável a Portugal, com clientes que abandonam a produção na Ásia e que saíram dos Balcãs por razões óbvias. Mas isto é um pico que é preciso aproveitar”, alertou António Cândido Pinto, que deixou ainda o alerta para outro constrangimento, que é a ferrovia.

“Temos carris que têm uma distância em Portugal, outra em Espanha e outra na Europa, e este é outro dos grandes constrangimentos que sentimos. As autoridades estão a tratar da questão, mas o certo é que nunca mais vemos o problema resolvido”, disse, apelando mais uma vez aos bons-ofícios do autarca.

Mário Passos, presidente da câmara, lembrou que a Medway está a construir no concelho, em Lousado, um grande terminal rodo-ferroviário  – “o maior porto seco do país” – que vai certamente ao encontro da resolução dos problemas da empresa. O autarca disse anda “estar impressionado com o avanço tecnológico da empresa”, que acredita “terá um efeito de contágio para muitas outras que ainda hesitam em seguir o caminho da digitalização”.

Com soluções operacionais únicas para o setor automóvel, a Coindu fabrica para os mercados Premiu e Luxury da indústria automóvel, fornecendo estofos para marcas como Tesla, Porsche, Aston Martin, Lamborguini, Lotus ou os grupos BMW e Volkswagen.

Toda a produção feita em Joane é 100% para exportação e a empresa projeta atingir este ano nesta unidade um volume de negócios superior a 362 milhões de euros, o que representa cerca de 50% do volume de negócios do grupo Coindu, que tem ainda outra unidade em Portugal e também na Roménia, México e Alemanha.

Fonte: Jornal T

Mostrar Mais

Related Articles

Back to top button
Close
Close